O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.
Fernando Pessoa in "Cancioneiro"
Venho então com este poema fingir a felicidade... Desejo-vos a todos, ainda assim, e assim sem fingir, um sincero Bom Natal!
Pai Natal...
Não sei como é que se escreve uma carta para ti, nem tão pouco sei o que é que se pode pedir, mas tenho que falar com alguém sobre este Espírito Natalicio... Que tanto me irrita!
Ontem fui às compras (comprar coisas banais: leite, pão, iogurtes, enfim... coisas essenciais à minha sobrevivência!) ao Almada Fórum...
Mas antes fui pagar a conta do telefone (antes que me cortassem a Internet... Isso é que não!) e atendeu-me uma Sra muito simpática. Simpática não... EXTREMAMENTE simpática!!! Não é que seja mau, mas uma pessoa habitua-se a gente mal dispona da costa (como em tempos ouvi um amigo dizer...) e uma atitude destas, confesso, hoje em dia já me deixa mal disposta!
Continuando...
Depois disto fui à Box, comprar tinteiros pré-históricos para a minha impressora da idade da pedra lascada (sim... Ainda nem chegou à pedra polida! É uma maquina antiguita... Vá!), e não é que a Sra da caixa também é a Simpatia em pessoa!? Pois é!!!
Aí eu comecei a achar estranho...
Entrei finalmente no Jumbo e enquanto andava a encher o carrinho de compras com os meus necessaires, bem no corredor dos cereais, uma Sra de lá diz-me:
"Oh menina, não leve só esses cereais! Não vê que se levar uma caixa daqueles (e apontou para lá... Eu nem tão pouco sei quais são os cereais que comprei!) oferecem os que a menina quer? Sempre poupa uns trocos!"
Eu sorri e disse a muito custo:
"Obrigadissima...!"
Enfim... Simpatia desta eu já nem comento...
Quando chego perto da caixa, olho em redor e o que é que eu vejo?! Vejo árvores, bolas coloridas, fitas coloridas, lacinhos e lacarotes, papel de embrulho e... PAIS NATAIS!!!
Apercebi-me então... É Natal!
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Quiz muito, durante muito tempo, acreditar que tu, Pai Natal, me irias trazer potes cheios de sonhos quentinhos, acabadinhos de descer da chaminé contigo, para eu os poder sonhar...
Pelo contrário... Os anos foram passando e a cada ano que aparecias, embora eu nunca te visse, não só não me trazias os sonhos, como mos ias roubando!
Este ano não te quero nem sentir por perto! E ai de ti que me roubes o último sonho que tenho...
A vida...
I've never written a love song
That didn't end in tears
Maybe you'll rewrite my love song
If you can replace my fears
I need your patience and guidance
And all your lovin' and more
When thunder rolls through my life
Will you be able to weather the storm?
There's so much I would give ya, baby
If I'd only le myself
There's this well of emotions
I feel I must protect
But what's the point of this armor
If it keeps the love away, too?
I'd rather bleed with cuts of love
Than live without any scars
Baby, can I trust this?
Or do all things end?
I need to hear that you'd die for me
Again and again and again
So tell me when you look in my eyes
Can you share all the pain and happy times
'Cause I will love you for the rest of my life
This is my very first love song
That didn't end in tears
I think you re-wrote my love song
For the rest of my years
I wil love you for the rest of my Life
"Love Song" by Pink
(E como me foi sugerido... Aqui está o post sobre a loucura...)
Louco não é aquele que vê elefantes onde não deve e sabe coisas esquisitas! Por vezes os mais loucos, ou enlouquecidos, são aqueles que se fazem passar por comuns mortais quando a vida não lhes cabe na alma... Quando não a conseguem agarrar nem tentam pedir que alguém a agarre por eles, só enquanto não têm forças...
A tua loucura é assustadora... Especialmente porque és o meu espelho... Conheço-te. Atrevo-me a dizer que te conheço melhor do que ninguém. Somos muito iguais, ou pelo menos já fomos muito iguais...
Vais deixar que a vida passe por ti sem sequer te aperceberes da loucura em que habitas?
Sinceramente não percebo. Podia ser fácil mas não é, para ninguém. Existem é aqueles que quando estão no lodo ainda olham para cima... Não é o teu caso. Pelo menos não aparenta.
E o que é que se faz nestas alturas? Tens solução?
A tua estrela abandonou-te... Ou tu deixas-te que ela fugisse? A realidade é que ela não está lá... E será que a vais procurar? E será que a vais achar mesmo que a procures muito?
Um mundo de "serás" que não vai acontecer porque a vida te abandonou na loucura em que te afogaste... E nem sequer queres ouvir quem é comum e é mortal... Quem te pode estender a ma para te trazer para cima...
Enfim...
Pensamentos estes que se vão soltando e que um dia mais tarde ou compreendes... Ou não!
Ainda que se costume dizer que uma desgraça nunca vem só, e tanto quanto tenho vindo a experienciar, é até bem verdadeiro... Quando uma boa noticia decide visitar-nos atrai o que de bom pode estar para vir!
Enfim... Tirando as dores e o cansaço... As coisas começam a correr melhor...
Talvez no fim deste ano eu venha aqui fazer um balanço de como me correu... Não quero fazer já pelo simples motivo que ainda não acabou e pode até ser que começe a correr bem, mesmo estando no fim! A esperança é a última a morrer e até a senhora gorda cantar a festa ainda não acabou!!!
É realmente impressionante o desgaste que uma pessoa pode ter, acordar todos os dias cansada e mais cansada se deitar, não só fisicamente, mas essencialmente ao nível do psicológico e até mesmo do intelecto!
Mas... A esperança é a última a morrer...
E assim começou... Esta minha nova jornada em que me obrigo a escrever, mesmo que nada escreva!
Há dias em que o cansaço me assombra a mente e a adrenalina me mata o corpo... Hoje é assim que me sinto! Já há muito que não escrevia... Já há muito que não me dava o cansaço ou a tristeza... E hoje... A loucura...
Parece que sinto o sabor a sangue... A textura corpulenta deste massacre que se aproxima...
Já nem escrever sei de há tanto que já não escrevia...
Quem me ler que me desculpe, mas por vezes as palavras faladas não dizem tudo, aliás, não dizem nada... As palavras sentidas são aquilo que os nossos olhos querem mostrar e ninguém consegue ver... Apenas alguns! São esses alguns que, estupidamente e sem saberem, nos alegram o dia, mesmo no meio de uma tempestade...
Apenas tu me acompanhas nos voos picados que faço na minha vida, só tu possuis asas do mesmo tamanho que as minhas permitindo-me conhecer aquilo a que as pessoas comuns gostam de chamar de felicidade...
Tens a força do sol e a sombra da lua...
Em ti consigo encontrar um equilibrio constante que me faz sentir segura em relação a tudo...
Porquê?... Não sei... Mas gosto!
"Ter saudades boas é uma das melhores formas de gostar de alguém. (...) São essas saudades boas, as saudades certas, que não doem, não cansam, não cobram e não pesam, que só conhecem o verbo dar, que fazem com que aqueles de quem mais saudades temos, que nem sempre vemos quando queremos, mas sabem estar sempre próximos e atentos, tenham sempre saudades de nós."
Margarida Rebelo Pinto em As Crónicas da Margarida
Parabéns meu amor... Como gostava de poder estar contigo sempre e sempre, todos os dias da minha vida! É nesta altura que as lágrimas me rolam pelo rosto e que eu penso como te amo e em como és simplesmente tudo para mim! São lágrimas de felicidade e de saudade, são lágrimas que me fazem sentir feliz e orgulhosa na Deusa que me deram como mãe! És sem dúvida alguma tudo aquilo que quero ser. Mais que tudo és a minha força e a minha razão de viver! Nos momentos felizes, é contigo que quero estar... nos momentos tristes é o teu colo que quero ter... quando tiver o meu primeiro filho(a) vai ser contigo que vou querer partilhar e vai ser com base em ti que lhe vou querer mostrar o que é a vida, como sempre fizeste comigo!
Amo-te mais que à vida!
Acima de tudo, obrigada por seres o meu conforto e por me dares tudo aquilo que tens e até mesmo o que não tens... à coisas na vida que nunca se esquecem, e a sorte que eu tenho em te ter como amiga, como conselheira, como fonte de inspiração e muito principalmente como mãe é inexplicável... Não sei dizer por palavra o que o meu coração grita, não sei explicar aos outros o que és para mim, mas se "tudo" for aceite como a plenitude da palavra, então sim... és tudo para mim!
Amo-te mesmo muito minha mãe...!
É quando menos se espera que o chão foge debaixo dos nossos pés...
É nessa mesma altura que apareçe alguém que nos segura antes de cairmos redondos no chão...
E assim se mantém uma amizade, ou assim se ganha uma...
E a última coisa que queremos é ter que retribuir o que essa pessoa fez por nós, por motivos óbvios...
Mas ao mesmo tempo um simples e sentido "obrigada" parece não dizer tudo o que há para dizer...
Um simples abraço não chega para mostrar o conforto que se sentiu...
Não existem palavras para te agradecer o que fizeste por mim...
Muito obrigada...
Há coisas que não se esquecem nunca!
"Só hoje senti
Que o rumo a seguir
Levava pra longe
Senti que este chão
Já não tinha espaço
Para tudo o que foge
Não sei o motivo pra ir
Só sei que não posso ficar
Não sei o que vem a seguir
Mas quero procurar
E hoje deixei
De tentar erguer
Os planos de sempre
Aqueles que são
Para outro amanhã
Que há-de ser diferente
Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu
Só hoje esperei
Já sem desespero
Que a noite caísse
Nenhuma palavra
Foi hoje diferente
Do que já se disse
E há qualquer coisa a nascer
Bem dentro no fundo de mim
E há uma força a vencer
Qualquer outro fim
Não quero levar o que dei
Talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar
Um pouco de céu
Um pouco de céu"
Mafalda Veiga em "Tatuagens"
Spend all your time waiting for that second chance
For the break that will make it ok
There's always some reason to feel not good enough
And it's hard at the end of the day
I need some distraction oh beautiful release
Memories seep from my veins
They may be empty and weightless and maybe
I'll find some peace tonight
In the arms of an Angel fly away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent reverie
You're in the arms of an Angel; may you find some comfort here
So tired of the straight line, and everywhere you turn
There's vultures and thieves at your back
The storm keeps on twisting, you keep on building the lies
That you make up for all that you lack
It don't make no difference, escaping one last time
It's easier to believe
In this sweet madness, oh this glorious sadness
That brings me to my knees
In the arms of an Angel far away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent reverie
In the arms of an Angel; may you find some comfort here
You're in the arms of an Angel
May you find some comfort here
BSO "City of Angels"
Like a candle burning
To my tears
Like the fire turning all my sweet memories
I am still trying to hide it
Maybe from you
Oh I am afraid
Oh yes I do
Call me
Leave me
But don't whatch me crying...
No more...
Seasons changed
And I keep looking to your picture on the wall
Night and day I find my self
Stuck... in the mirror
Living in a dream
Hoping in a stage
Dreaming with you lying on my bed
Calling for an angel
That I'll never ever be
Like you'll allway be to me...
And I wanna fly
And take you away
From my life
From today
Wondering if will be tonight
And then I wake up from the spell
And the moonlight turns to hell...
Like a candle burning
To my tears
Like the fire turning all my sweet memories
I am still trying to hide it
Maybe from you
Oh I am afraid
Oh yes I do
Call me
Leave me
But don't whatch me crying...
No more...
Tragic Comic
"Amava a Morte. Mas não era correspondido. Tomou veneno. Atirou-se de pontes. Aspirou gás. Sempre ela o regeitava, recusando-lhe o abraço. Quando finalmente desistiu da paixão entregando-se à Vida, a Morte, enciumada, estoirou-lhe o coração. "
Marina Colasanti em "Um Espinho de Marfim"
A mágoa chega então, quando o cansaço já não nos deixa sentir mais nada. É silenciosa e matreira, instala-se sem darmos por ela, aloja-se no coração e começa a deixar sinais aqui e ali, dentro de nós. A pouco e pouco sentimos que já não somos a mesma pessoa. As cicatrizes podem esbater-se com os anos e ser remendadas com hábeis golpes de plástica, mas ficarão para sempre por baixo dos excertos que fazemos à alma. (...)
Às vezes, quando a mágoa é enorme e sufoca, vegetamos em silêncio para que ela não nos coma. Fingimos que está tudo bem, rimo-nos de nós próprios perante os outros e até mesmo perante o outro que vive dentro de nós. Tornamo-nos espectadores da nossa dor. Afastamo-nos de nós, do que somos, daquilo em que acreditamos. (...)
Mas o mundo nunca pára. Nada pára. A vida foge, os dias atropelam-se, é preciso continuar a vivê-los, mesmo com dor, mesmo com mágoa. (...)"
"É uma coisa estranha, a morte. Tem, corpo, cheiro e cor mas nunca nos conseguimos habituar a ela. E mesmo quando se anuncia e treinamos o coração à ideia, quando ela chega, nunca, nunca estamos preparados.(...)"
But please... if you ever see me cry...
Just know... it's a perfect lullaby...
For you... if you have to go away...
Just leave... I'll be standing here...
Praying for you...
