19/07/2007
09/07/2007
Cavalo à solta...
Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade
Minha pena pesada e leve
Secreta e pura
Minha passagem para o breve
Breve instante da loucura
Minha ousadia, meu galope, minha rédia,
Meu potro doido, minha chama,
Minha réstia de luz intensa, de voz aberta
Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa
Em ti respiro, em ti eu provo
Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro
Cavalo à solta pela margem do teu corpo
Minha alegria, minha amargura,
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha laranja amarga e doce
Minha espada, meu poema feito de dois gumes
Tudo ou nada
Por ti renego, por ti aceito
Este corcel que não sussego
À desfilada no meu peito
Por isso digo canção castigo
Amêndoa, travo, corpo, alma
Amante, amigo
Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo
Minha alegria, minha amargura
Minha coragem de correr contra a ternura
Minha ousadia, minha aventura
Minha coragem de correr contra a ternura
Por José Carlos Ary dos Santos
Posted by
Catarina João
at
segunda-feira, julho 09, 2007
0
comments
06/07/2007
Estrela da Tarde
Era a tarde mais longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
Tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
Tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste
Na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhamos tardamos no beijo
Que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos ardendo na luz
Que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto
Tardaste o sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite,
Para haver outro dia.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.
Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos noturnos silêncios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.
Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.
Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.
Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo
Para quem se quer tanto!
Posted by
Catarina João
at
sexta-feira, julho 06, 2007
0
comments
04/07/2007
Ford Fiesta, o meu primeiro carro!
No mesmo dia que recebi a carta de condução no correio (14-06-2005) fui com o meu primo buscar o carro! (Escusado será dizer que foi ele que levou o carro até minha casa... Com os nervos que eu estava nem de bicicleta sabia andar!)
No dia 15-06-2005 foi a minha primeira aventura na selva - Vim para Lisboa com o carro!
Passei a ponte vidrada, com um medo horrível de fazer asneira, mas correu bem! E depois seguiram-se todas as peripécias que é suposto!!!
Dei por mim à pouco tempo, com o mesmo carro de que tanto gostei, a ver a vida passar-me à frente em 5 segundos... Fiquei sem embraiagem da primeira vez (à entrada da 2ª Circular), fiquei sem motor da segunda (a caminho de Loures), fiquei sem um pneu da terceira (à saída da Ponte 25 de Abril), fiquem sem rádio e sem vidro entretanto(à porta de casa), e depois de ir resolvendo todas estas questões, gastando bastante dinheiro e tudo e tudo, eis que o inevitável acontece...
(E agora sim, começa o episódio de ontem... A minha despedida do meu primeiro carro...)
Estava eu a caminho de Castanheira de Pêra, depois de sair da área de serviço de Aveiras e de ter atestado o depósito, começo a sentir o carro a "morrer"! Reduzi a mudança, mas ele nada... Baixei o volume do rádio e eis quando oiço um "trrrrrr" que me é bastante familiar.
(Disse à Andreia, que ia comigo no carro...)
"Andreia, acabámos de ficar sem motor no carro!"
Ao quilómetro 50.5 da A1 Norte, no sentido Sul-Norte, lá ficámos nós à espera do reboque... Ainda tivemos que esperar um táxi nas portagens do Cartaxo, para que nos levasse à área de serviço onde estavam os meus tios e a minha mãe à nossa espera para seguirmos viagem!

Eu fui para o Norte e o meu Ford Fiesta foi para o Sul... Ficou estacionado à porta de minha casa e é lá que ele está, até que eu decida o que fazer com ele!
Posted by
Catarina João
at
quarta-feira, julho 04, 2007
0
comments