09/07/2007

Cavalo à solta...


Minha laranja amarga e doce
Meu poema feito de gomos de saudade

Minha pena pesada e leve

Secreta e pura

Minha passagem para o breve

Breve instante da loucura

Minha ousadia, meu galope, minha rédia,

Meu potro doido, minha chama,

Minha réstia de luz intensa, de voz aberta

Minha denúncia do que pensa
Do que sente a gente certa

Em ti respiro, em ti eu provo

Por ti consigo esta força que de novo
Em ti persigo, em ti percorro

Cavalo à solta pela margem do teu corpo

Minha alegria, minha amargura,

Minha coragem de correr contra a ternura

Minha laranja amarga e doce

Minha espada, meu poema feito de dois gumes

Tudo ou nada

Por ti renego, por ti aceito

Este corcel que não sussego
À desfilada no meu peito

Por isso digo canção castigo

Amêndoa, travo, corpo, alma

Amante, amigo

Por isso canto, por isso digo
Alpendre, casa, cama, arca do meu trigo

Minha alegria, minha amargura

Minha coragem de correr contra a ternura

Minha ousadia, minha aventura

Minha coragem de correr contra a ternura


Por José Carlos Ary dos Santos

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