07/11/2009

Só mais uma vez...


Sei que sou e sempre fui mais um alvo para abater,
O meu fascínio pelo abismo seduziu-me e eu..
Não procuro nenhum sítio para me esconder,
Pago na mesma moeda o que ele me deu..

Este monstro que me segue não se vai calar,
Vai-me puxando para baixo sem eu resistir..
Sabe como enlouquecer-me, como me acalmar,
Dá-me motivos de sobra para conseguir..

Pegar na prata da casa,
Fazer o meu ritual,
Descer todos os degraus,
Até à raiz do mal..
Ouvir cores que são só minhas,
Ver o som da minha luz,
Escomungar-me do corpo,
Carregar a minha cruz..

Só mais uma vez...

Com a calma muito própria de um assassino,
Escolho o alvo, escolho a arma e o local do crime..
Sou o réu, a testemunha, corrupto, juiz,
Tenho o papel principal no meu próprio filme..

Dou um passo em frente em direcção ao infinito,
Consumo o veneno gota a gota até ao fim..
Quero ser a prova viva que destrói o mito,
A ponte para o outro lado é esculpida por mim..

Pegar na prata da casa,
Fazer o meu ritual,
Descer todos os degraus,
Até à raiz do mal..
Ouvir cores que são só minhas,
Ver o som da minha luz,
Escomungar-me do corpo,
Carregar a minha cruz..

Só mais uma vez...

Matilha

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